Nuvem Cinza e Ovelha Negra

O Mau-humor Bem humorado.

quinta-feira, setembro 28, 2006

Playing Sex and the City


Eu tenho assistido muito Sex and the City. Pra falar a verdade, eu acabei de assistir. E pra falar a verdade, essa série me inspira. Me inspira porque esse mundo dos relacionamentos, e as tentativas de desbravar e desvendar os mistérios desse mundo sombrio resume não só a minha, mas a busca incessante da maioria das pessoas.
Bom, mas o que eu gostaria de abordar agora é outra coisa.

Em um relacionamento, aparentemente, tudo o que a pessoa tem, te agrada. Mas quando terminamos, ou estamos pra terminar, a situação muda completamente: nós conseguimos enxergar todos os defeitos, imperfeições e coisas extremamente irritantes da outra pessoa.
É claro que você pode sempre contar com a ajuda de um amigo cínico pra abrir seus olhos. Modéstia a parte, eu consigo desempenhar esse papel muito bem. Hoje, conversando com uma de minhas melhores amigas, ela disse estar se sentindo muito triste porque o seu ex-namorado não estava sofrendo com o término da relação. É justamente nessas horas que o amigo cínico - diga-se de passagem, é justamente o cinismo e o sarcasmo desses anjos que nos dá conforto - bota suas manguinhas de fora e começa um trabalho minucioso de enumeração dos defeitos do infâme ex.
Como um amigo cínico, e principalmente como um terceiro expectador, me sinto abismado quando uma amiga minha, pessoa que eu sei enumerar minuciosamente as qualidades, se sente deprimida por causa de um cara feio, sem-graça, rude, crianção e sem um pingo de atitude masculina! E é justamente o meu dever enumerar e salientar todos esses detalhes. Mas, da posição de amigo cínico eu passo para a posição de pessoa triste por causa de ex em um estalo, afinal, nunca estamos imunes, né?
Verdade seja dita: todo mundo fica cego durante uma relação. E ninguém quer ouvir a opinião dos terceiros observadores, que tem uma visão mais ampla da situação. Talvez devessemos dar mais ouvidos aos nossos amigos cínicos... Ou talvez devamos continuar a ignorá-los para viver na doce ignorância e continuar nos apaixonando. Afinal, apesar de todos os sofrimentos e depressões que estamos suscetíveis, não tem nada melhor do que ter borboletas no estômago.